São cinco horas da manhã em São Luís (MA). Adilson Sousa, de 48 anos, já está posicionado em frente ao microfone do estúdio da Rádio Timbira (1290 AM) para apresentar A voz do campo. A emissora fica 24 horas no ar. Outra que também transmite sem parar é a rádio educativa ville Cultural (105,1 FM), emissora que alcança um território de um milhão e meio de habitantes, de cerca de dez cidades da região. No final do dia, a noite chega com o Repórter ville.
O que há em comum entre as rádios maranhense e catarinense (separadas por 3,5 mil quilômetros de distância), e mais de outras 19 mil emissoras e formadores de opinião pelo país é que todas tocam notícias e reportagens da Radioagência Nacional, veículo público da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Mais de 13 mil s por mês
De setembro do ano ado ao mesmo mês de 2021, foram mais de 160 mil as vezes em que as rádios baixaram o conteúdo da equipe de radiojornalismo da Rádio Nacional, o que é equivalente a 13,5 mil s por mês. O alcance desse material atinge capitais e interior, via computadores, celulares ou antigos rádios de pilha.
Segundo o gerente de radiodifusão da ville Cultural, Paulo Marttini, o conteúdo da Radioagência tem papel fundamental na prestação de serviços para os ouvintes da região. “Este apoio da Radioagência gera comodidade e segurança técnica de materiais via on-line para , o que garante rapidez e certeza no fechamento de edições de diversos programas em que este qualificado material é utilizado”.
Ouça trecho de entrevista com Paulo Marttini:
Ele cita que, além da “profundidade de informações e a qualidade das gravações dos áudios”, a Radioagência proporciona integração para radiodifusão pública de forma estratégica, com “conteúdo fidedigno”. “Dessa forma, aqui recebemos matérias sobre o Festival de Parintins, e enviamos matérias sobre o Festival de Dança de ville, tido pelo Guinness Book como o maior do mundo”, diz Marttini.
Aliás, pelo interior brasileiro, a Radioagência viabiliza a comunicação e o conhecimento. Como ocorre na cidade de Morrinhos (GO): ali, o jornalista Leonardo Medeiros, de 28 anos, também acorda cedo. Tem o cotidiano às voltas com a informação, com quatro programas jornalísticos e notícias de três em três músicas na Rádio Boas Novas.
Moreira salienta que, para a Rádio Boas Novas (98,7 FM), os conteúdos da Radioagência permitem a circulação das informações em elevada qualidade. “Rádios comunitárias teriam dificuldade de se manter (sem a Radioagência)”. A rádio goiana, que chega a um público de 40 mil pessoas, costuma reproduzir matérias de temas como economia, com foco na população rural. “Fazer rádio é apaixonante”.
Na Rádio Sacramento (100,3 FM), na cidade mineira que tem o mesmo nome, o pilar também é o jornalismo. Dois jornais pela manhã, a partir das 8h30, e outros dois pela tarde. Vinte e quatro horas no ar. Equipe de plantão é uma constante na rádio que vai completar 40 anos no dia 31, diz o gerente Luis Antônio Batista. Entre os conteúdos baixados e tocados na programação da Rádio Sacramento, matérias ligadas à saúde, esporte e agricultura.
Assim também acontece em Altamira, a mais de 800 quilômetros de Belém, no sul do estado do Pará. Sintonizados na Nativa FM (104,9 FM), cerca de 120 mil pessoas esperam as novidades. “Aproveito muito tudo o que os veículos da EBC disponibilizam, porque têm teor educativo”, afirma o diretor da emissora, Domingos de Morais, de 61 anos. O fato dos materiais serem disponibilizados gratuitamente às emissoras é motivo de alívio.
“Produzir notícia é muito caro. A Radioagência envia para nós conteúdos de interesse nacional diariamente, e em qualidade”. O veículo da EBC é contemporâneo da rádio altamirense, que vai completar 15 anos. “Todo esse tempo utilizamos os materiais e foram importantes para sabermos, por exemplo, informações da construção da barragem de Belo Monte”
Em São Luís, a Timbira (1290 AM) vai completar 80 anos, com viés de rádio educativa. O foco está no jornalismo de prestação de serviço. “Graças à Radioagência e à possibilidade de baixar o material, conseguimos completar a grade de programação com muitos conteúdos de interesse da população nordestina”, diz o apresentador Adilson Sousa. Cinquenta pessoas trabalham na emissora. Como tantos outros profissionais de rádio, ligados nas ondas invisíveis e também nas novidades que não param de chegar pelo computador.
*colaborou Simone Magalhães