Por Tudo Em Dia — Da Redação
03/05/2025 | Atualizado às 08h00

Uma operação da Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) revelou um escândalo bilionário de fraudes envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Mais de R$ 6,3 bilhões teriam sido desviados em um esquema que usava s falsas para aplicar descontos indevidos em aposentadorias e pensões. A crise já derrubou o presidente do INSS e o ministro da Previdência, Carlos Lupi. A seguir, veja os principais pontos da crise:
1. O que foi descoberto?
A PF e a CGU identificaram que entidades sindicais e associações usavam dados de beneficiários do INSS para cadastrá-los sem consentimento. s falsas permitiam a cobrança de mensalidades e taxas diretamente nos contracheques. A estimativa é que 4,1 milhões de pessoas tenham sido vítimas da fraude. Só entre 2023 e o primeiro semestre de 2024, os descontos ilegais somaram R$ 3,2 bilhões.
2. Queda de autoridades
A revelação do esquema resultou na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, citado nas investigações como peça-chave do esquema. Nesta sexta-feira (2), Carlos Lupi, ministro da Previdência e responsável por indicar Stefanutto, também deixou o cargo. Em nota, Lupi negou envolvimento, mas reconheceu a gravidade da situação. Nos bastidores, a avaliação era de que sua permanência no governo havia se tornado insustentável.
3. Substituição sob pressão
Wolney Queiroz, ex-deputado federal e até então secretário-executivo da pasta, foi escolhido para substituir Lupi. Embora tenha experiência na área, Queiroz já participava da gestão e esteve presente em reuniões em que denúncias começaram a surgir, em 2023. A nomeação não agradou à oposição, que cobra mudanças mais profundas.
4. I no radar
Com o avanço das investigações e a gravidade das acusações, parlamentares da oposição já articulam a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (I) para investigar o caso. O governo teme que a I amplifique a crise política e desgaste ainda mais a imagem do Planalto — especialmente em um ano pré-eleitoral.
5. Promessa de ressarcimento, mas sem plano
O governo prometeu devolver os valores cobrados indevidamente dos aposentados. O presidente Lula ordenou que a Advocacia-Geral da União (AGU) processe as entidades envolvidas. No entanto, ainda não há definição sobre como e quando os ressarcimentos serão feitos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo busca uma solução viável, mas a pressão por respostas concretas só aumenta.
A crise no INSS expõe falhas de fiscalização e promete gerar repercussões políticas e judiciais por um longo tempo. Enquanto isso, milhões de aposentados aguardam justiça e ressarcimento.